domingo, 21 de junho de 2020

Inquérito das fake news no STF abre precedente perigoso para liberdade de expressão, diz pesquisadora

inquérito das fake news instaurado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) abre um precedente perigoso e pode ter como possível efeito a dissuasão da participação das pessoas no debate público, afirma a professora Clarissa Piterman Gross, coordenadora da Plataforma de Liberdade de Expressão e Democracia da FGV Direito SP.
Em entrevista à Folha, ela critica a falta de delimitação do objeto do inquérito. “É o tribunal responsável pelas defesas dos direitos fundamentais e constitucionais dos indivíduos no Brasil, dentre eles —e muito importante— a liberdade de expressão, e se permite a uma atuação de investigação sem contorno, com possíveis efeitos de dissuasão ao exercício da liberdade de expressão pelos cidadãos.”
Clarissa Gross diz que discursos contra ministros do STF, mesmo que usem de linguagem de ameaça, não necessariamente devem ser punidos.
“A meu ver, depende do contexto, o que quero dizer com isso? A ameaça tem que ser crível. Ela tem que ser feita por alguém num contexto que traga indícios que a pessoa de fato terá condições de tomar medidas para impedir o exercício da magistratura pelos ministros do STF.”
Para ela, inclusive discursos que defendem o fechamento do Supremo deveriam ser protegidos pela liberdade de expressão. “Por mais que elas não tenham o direito de implementar, eu acho que elas têm o direito de defender essa ideia.”

Infectados pelo coronavírus podem ter se curado sem desenvolver anticorpos

Estudos realizados na Alemanha, nos Estados Unidos e em Cingapura indicam que as células T podem levar à cura de pacientes infectados pelo novo coronavírus sem que estes cheguem a desenvolver anticorpos. Desse modo, podem ser inúteis testes que detectam a presença de anticorpos mesmo para quem comprovadamente contraiu a covid-19. As informações são de reportagem do jornal britânico The Telegraph.
As células T são a parte 2 de uma resposta trifásica à infecção. O vírus começa a se ligar a receptores nas membranas mucosas na parte posterior do nariz e da garganta. Nesse ponto, com a detecção de uma proteína estranha no corpo, a 1ª fase imune entra em ação. As chamadas células imunes “não específicas”, que respondem a qualquer invasor instantaneamente, começam a atacá-la. Se não puderem, o backup é chamado: células T.
O envolvimento das células T na resposta do corpo à covid-19 não ficou claro até que 1 par de estudos recentes, 1 alemão e norte-americano, confirmaram sua presença na recuperação de pacientes.
Eles assumem duas formas: células T “auxiliares” e células T “matadoras”. O último ataca o vírus diretamente e “geralmente o devora“, afirmou o oncolgista Karol Sikora ao Telegraph.
“Se não o fizerem, o vírus entra no sistema sanguíneo”, ele explica. É então que a 3ª linha de defesa (que ajuda as células T a desempenhar 1 papel na ativação) entra em ação. “É chamado de ‘sistema de células B‘”, diz Sikora, “e é isso que produz anticorpos“.
Ele diz que é inteiramente possível que as duas camadas iniciais da resposta imune lidem em alguns casos com o vírus SARS-Cov-2 sem a produção de anticorpos, levando testes que detectam anticorpos à inutilidade para algumas pessoas que foram infectadas.
O Telegraph reportou em 14 de junho a história de 1 empresário que, no fim de março, começou a sentir sintomas da covid-19 e conseguiu se recuperar lentamente. Já no início deste mês, ele pagou 180 libras por 1 teste fabricado pela empresa norte-americana Abbott do mesmo modelo utilizado pelo governo do Reino Unido em trabalhadores-chave. Esses testes detectam anticorpos específicos para a covid-19, gerados pelo sistema imunológico. Os exames têm precisão de 99% ou 100%.
“O exame de sangue é para anticorpos IgG ao vírus e, portanto, testa a imunidade a esse vírus“, observa o site do SameDayDoctor. “Ter anticorpos IgG pode significar que você é potencialmente imune a doenças futuras“, observa o Harley Street Health Center.
No entanto, para espanto do empresário, seu resultado foi negativo, sugerindo que ele nunca teve a doença. “E, no entanto, eu sei que tive“, disse ele.
Um estudo de Cingapura (que ainda precisa ser revisado por pares) sugere, como os estudos alemães e norte-americanos, que as células T desempenham 1 papel importante na resposta imune de pacientes com covid-19.
Mas, criticamente, continua analisando pacientes infectados com SARS-Cov-1 –o coronavírus notavelmente semelhante ao de hoje, que surgiu em 2002/2003, causando a doença Sars.
Duas descobertas emergem: primeiro, as células T geradas na época ainda estão ativas 17 anos depois. E segundo, essas células T antigas oferecem proteção contra o novo coronavírus.
O estudo analisa ainda outro grupo que não havia sido exposto ao vírus Sars em 2003 e descobriu que metade deles também tinha células T que eram, no jargão, “reativas cruzadas” ao vírus de hoje, atacando-o.
O diretor executivo do Programa de Emergências da OMS (Organização Mundial da Saúde), Michael Ryan, disse recentemente que “há certamente alguma evidência em relação às células T, que se você tiver uma infecção anterior por coronavírus, poderá conseguir uma resposta mais rápida à covid-19. Mas não há evidências empíricas de que infecções anteriores por coronavírus o protejam da infecção pela covid-19“.
Em teoria, é possível testar a presença de células T ( os pacientes com HIV há muito tempo testam a contagem de células T para quantificar a força de seus sistemas imunológicos, e as células podem ser cultivadas em laboratórios para ver quais antígenos específicos os levam a crescer e atacar). Mas isso até agora não é uma possibilidade iminente.
O que está claro hoje, no entanto, é a centralidade da resposta das células T.
“Uma mensagem para levar para casa”, observou François Balloux, diretor do Instituto de Genética da University College de Londres ao Telegraph, “é que a infecção pelo coronavírus induz imunidade forte e duradoura às células T (cruzadas). A imunidade de células T é provavelmente muito mais importante para nossa resposta imune à infecção por SARS-CoV-2 do que anticorpos. ”

Prefeituras do RN receberam mais de R$ 100 milhões para o combate ao COVID-19

Download imagens Bandeira do Rio Grande do Norte, 4k, estado do ...
As prefeituras do Rio Grande do Norte receberam, juntas, mais de R$ 100 milhões de reais para gastos no combate ao novo coronavírus, desde o início da pandemia.

Domingo de manifestações !

Manifestação na Esplanada termina sem ocorrências policiais ...
A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, deve ser palco de manifestações a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro, ao mesmo tempo, no domingo (21/6). O Governo do Distrito Federal (GDF) fechou a região apenas para carros, mas o acesso de pedestres está permitido.

Taxa de transmissibilidade do novo coronavírus diminui no RN

No Rio Grande do Norte, a taxa de transmissibilidade do novo coronavírus, a média de quantas pessoas são contaminadas por um indivíduo infectado, diminuiu de 3 para 1,5. A meta é que esse índice fique em apenas um (1).

Eleição facultativa para Uma parte do grupo de risco

Justiça Eleitoral define logomarca das Eleições Gerais 2018 ...
Para as eleições deste ano, o Congresso estuda a possibilidade de tornar a votação facultativa para quem tiver mais de 60 anos, considerado grupo de risco para a Covid-19.
Atualmente, o voto é facultativo para quem tem menos de 18 e mais de 70 anos.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

OMS espera distribuir milhões de doses de vacina contra a Covid-19 ainda este ano

Organização Mundial da Saúde (OMS) espera que centenas de milhões de doses de uma vacina contra o novo Coronavírus possam ser produzidas ainda neste ano e outros dois bilhões de doses até o final de 2021, afirmou a cientista-chefe Soumya Swaminathan, nesta quinta-feira, 18.
A OMS está elaborando planos para ajudar a decidir quem deveria receber as primeiras doses quando uma vacina for aprovada, afirmou a cientista. A prioridade seria dada a profissionais da linha de frente, como médicos, pessoas vulneráveis por causa da idade ou outra doença e a quem trabalha ou mora em locais de alta transmissão, como prisões e casas de repouso.
“Estou esperançosa, estou otimista. Mas o desenvolvimento de vacinas é uma empreitada complexa, ele envolve muita incerteza”, disse ela. “O bom é que temos muitas vacinas e plataformas, então, se a primeira fracassar ou se a segunda fracassar, não deveríamos perder a esperança, não deveríamos desistir.”
Cerca de 10 vacinas em potencial estão sendo testadas em humanos, na esperança de que uma possa se tornar disponível nos próximos meses para prevenir a infecção da covid-19. Países já começaram a fazer acordo com empresas farmacêuticas para encomendar doses antes mesmo de se provar que alguma vacina funciona.
Swaminathan descreveu o desejo por milhões de doses de uma vacina ainda neste ano como otimista, acrescentando que a esperança de até dois bilhões de doses de até três vacinas diferentes no ano que vem é um “grande se”.
A cientista afirmou que os dados de análise genética coletados até agora mostraram que o novo coronavírus ainda não passou por nenhuma mutação que alteraria a gravidade da doença que causa.
Estadão