domingo, 14 de junho de 2020

RN não sustenta mais três meses de distanciamento social, diz secretário de Tributação

Noventa dias se passaram desde o primeiro caso confirmado do novo coronavírus no Rio Grande do Norte, na data de 12 de março. O Estado decretou as primeiras medidas de distanciamento social no dia 23 do mesmo mês, mas o número de mortes causadas pela pandemia ultrapassou 500 no dia exato em que os três meses foram completados, na sexta-feira, com 509 vítimas fatais e mais de 13 mil infectados.
O número de casos confirmados por dia ainda é crescente, e o governo estadual avalia que o distanciamento social é a única medida para desacelerar o contágio. Entretanto, o Rio Grande do Norte não sustenta mais três meses de distanciamento social nos termos atuais. O risco é um cenário dramático de desemprego. Essa é a avaliação do secretário estadual de Tributação, Carlos Eduardo Xavier.
“Eu não creio que o Rio Grande do Norte sustente mais três meses de isolamento social neste patamar [de medidas] que a gente tem hoje, muito por causa do impacto econômico”, declarou Xavier nesta sexta-feira, 12. Entretanto, ao contrário da sobrevivência econômica, a assistência hospitalar requer distanciamento social para não entrar em colapso. A Secretaria de Estado de Saúde Pública do RN (Sesap) abriu 345 leitos (críticos e clínicos) desde o início da pandemia, mas foram insuficientes para evitar a situação atual de ocupação máxima dos leitos. E abrir novos leitos nos próximos meses se torna cada vez mais difícil pela escassez de profissionais de saúde, avaliam especialistas do comitê técnico da secretaria.
O decreto estadual de distanciamento social em vigor foi publicado no dia 4 deste mês com regras mais rígidas para aumentar o isolamento. Ele segue até esta terça-feira, 16, se não for renovado, e prevê a reabertura gradual da economia a partir do dia 17, mas condiciona isso a ocupação de 70% dos leitos críticos (intensivos e com respiradores). A dois dias do fim do decreto, 94,9% dos leitos estão ocupados. A pior fase da pandemia do novo coronavírus ainda não passou, mesmo três meses depois do seu início.

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