A ideia inicial da CBF é retomar todos os torneios paralisados e só então começar o Brasileirão. Disto você já sabe desde a segunda-feira (16), dia seguinte ao anúncio de que os torneios nacionais seriam paralisados e na mesma data em que as federações do Rio e São Paulo paralisaram seus estaduais.
Mas haverá duas questões: as datas e a política. Pelas datas, se o calendário recomeçar em maio ou em junho ou julho ou até em setembro, o único caminho sóbrio a seguir é fazer o Brasileirão e anular os estaduais deste ano. A decisão do Guarany de Sobral dispensar seus jogadores é apenas o primeiro sinal disso.
Se começar em agosto e terminar em fevereiro, sem inversão de calendário, é possível encontrar datas para fazer o Brasileirão corretamente e ainda colocar algumas quartas-feiras de estaduais de 2021 no início do ano que vem.
Mas deve haver um asterisco, como tantos nas listas de campeões do Brasil, e dizer que a temporada estadual de 2020 foi anulada devido ao coronavírus. Não houve campeão.
Nesse caso, a vida começa depois da crise. Com o mesmo dinheiro dos contratos de Brasileirão e com os mesmos elencos que terminaram antes da parada.
Deste ponto de vista, se houver liderança para convencer os presidentes de federações estaduais de que mais importante do que o voto é o futuro, o presidente da CBF, Rogério Caboclo terá liderança para recolocar o futebol brasileiro no prumo.
No fim da crise, a festa. As maiores torcidas do Brasil juntas pelo sonho de ganhar o troféu mais importante do país: o Brasileirão. Será necessário prorrogar a temporada, mas será possível fazer entre agosto e fevereiro um campeonato como se faz de maio a dezembro. Nos mesmos sete meses dos últimos dois anos, quando houve parada para Copa do Mundo e Copa América. Agora, a parada do coronavírus.
Vai ser mais fácil manter o campeão brasileiro de 2020 sem asterisco,
do que será na Itália, na Inglaterra, na Alemanha, na França e na Espanha.
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