segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Base espacial no Maranhão esbarra em disputa histórica

A possibilidade de ampliação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, tem tirado o sono de moradores do município. Implantada na década de 1980 com o deslocamento de 312 famílias que moravam na faixa litorânea, a base de Alcântara ocupa 8.713 hectares e está subutilizada desde 2003, quando um foguete foi acionado subitamente, antes da data prevista, e pegou fogo, matando 21 pessoas. Por falta de foguete, a base nunca colocou um satélite na órbita da terra.
Com localização privilegiada — próxima à linha do Equador — e promessa de reduzir em até 30% o custo de um lançamento de satélite, no último ano o CLA voltou a receber comitivas de países interessados em utilizar as instalações, entre eles França, Itália e Coreia do Sul. Uma proposta foi entregue ao Departamento de Estado norte-americano e, num fórum de investidores em São Paulo, no primeiro semestre deste ano, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou que o CLA está pronto para uso de países parceiros.
O problema é que, para abrigar novos sítios de lançamento, o CLA tem que aumentar de tamanho. A estimativa é que terá que avançar mais 12.645 hectares sobre o município, obrigando a retirada de famílias e restringindo o acesso ao mar de comunidades que hoje vivem da pesca. Segundo o coronel Luciano Rechiuti, diretor do CLA, o objetivo é fazer o que não foi feito desde a década de 1980: a segunda etapa do plano diretor da base. Na prática, a área de expansão ocupará uma faixa de praia de pelo menos 10 quilômetros, o dobro da usada atualmente. 
As informações são de Cleide Carvalho, O Globo.

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