Elena Landau: ‘O PSDB virou um grande PMDB, agarrado em cargos’
De saída do PSDB depois de 25 anos, a economista Elena Landau afirma que o partido perdeu as bandeiras da ética e da formulação econômica de qualidade, além de negar seu “DNA” ao não fechar questão sobre a reforma da Previdência. Ex-diretora de privatizações do BNDES no governo Fernando Henrique Cardoso, Elena diz ainda que o PSDB se rendeu ao fisiologismo ao entrar no governo Michel Temer.
Ela está de malas prontas para o Livres/ PSL (Partido Social Liberal), onde assumirá o centro de estudos e de formulação política, segundo a jornalista Fernanda Krakovics, de O Globo.
Por que resolveu deixar o PSDB?
Uma decisão dessas não é tomada de uma hora para outra. Tem uma sequência de eventos que acabam fazendo você tomar uma decisão. Eu tenho 25 anos de PSDB. Entrei pelo Tasso (Jereissati), comecei a prestar atenção nele lá no Ceará, era uma forma nova de fazer governo. Sair do PSDB foi muito difícil para mim. E não é por divergência aqui ou ali. Nesses 25 anos a gente já enfrentou inúmeras divergências: em campanha, quando esquecem de falar do legado do Fernando Henrique e, principalmente, quando o PSDB esconde as privatizações, que foi uma tarefa que tive um orgulho muito grande de fazer. As divergências sempre existiram, isso não é um problema.
Qual foi o problema, então?
O partido começou a perder sua essência, que para mim é ética e a modernidade de uma economia aberta, viva, sem corporativismo, sem a velha política. Ao longo de 2017 foi perdendo isso, primeiro com o evento do Aécio (Neves). Não estou julgando o Aécio juridicamente. Ele sequer é réu. A questão é que a gente precisa dar exemplo. Na política, imagem é tudo.
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